Que Jornalismo fazemos em Bacabal?

É tempo de refletir

MORRE O RADIALISTA FRANCISCO COUTINHO,SINDICATO DE IMPERATRIZ EMITE NOTA DE PESAR

Imprensa do Mearim solidariza-se com familia e amigos

1º de maio – Dia de reflexão e de luta

Nota da Federação dos Jornalistas

Israel Braga se destaca na TV Bacabalense

O Jeito jovem, dinâmico e contemporaneo de informnar

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Nota oficial – FENAJ diz não ao armamento de profissionais


A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), entidade de representação nacional da categoria, que congrega os Sindicatos de Jornalistas do país, vem a público reafirmar sua posição de defesa do Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826, de 22/12/2003), aprovado após amplo debate nacional. A FENAJ considera inadequada sua alteração por decreto, sem o devido e necessário debate democrático. O Poder Executivo não pode agir autocraticamente, usurpando competência do Poder Legislativo de aprovar e alterar leis.

Ao modificar o Estatuto do Desarmamento para facilitar o transporte de armas para determinadas categorias profissionais, que não mais precisarão comprovar a necessidade de portá-las, o governo Bolsonaro promove o armamento da população que, comprovadamente, não contribui para a diminuição da violência. Ao contrário, a posse de armas de fogo pela população é determinante para mortes acidentais e contribui significativamente para o aumento da violência social.

Quanto aos jornalistas que fazem cobertura policial, a FENAJ entende que a posse/transporte de armas não vai contribuir para a segurança dos profissionais, que devem cuidar da produção da notícia, sem exposições ou enfrentamentos que coloquem em risco sua integridade física. O porte de arma pode, inclusive, transformar o jornalista em alvo.

Cabe ao aparato de segurança do Estado garantir a segurança dos jornalistas e demais profissionais da comunicação no exercício profissional, ainda que em coberturas jornalísticas nas quais os profissionais são expostos a riscos. Igualmente, cabe às empresas jornalísticas adotarem medidas para mitigar os riscos a que são submetidos os jornalistas nas coberturas policiais e em outras situações em que a segurança dos profissionais esteja em xeque. A FENAJ tem defendido a ação, por parte das empresas jornalísticas, de um Protocolo de Segurança para a atuação profissional, que inclui a criação de comissões de segurança nas redações para avaliação de cada situação específica, bem como o fornecimento de equipamentos de proteção individual e treinamento para os jornalistas que cobrem conflitos sociais.

A responsabilidade pela segurança dos jornalistas e demais profissionais da comunicação não pode ser transferida; é do Estado em corresponsabilidade com as empresas empregadoras.

Brasília, 8 de maio de 2019.

Federação Nacional dos Jornalistas




A crise do jornalismo é multidimensional, dinâmica e complexa

Rogério Christofoletti é professor de jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina e um dos principais pesquisadores da área hoje no Brasil, além de um dos coordenadores do Observatório da Ética Jornalística (objETHOS).
É autor de doze livrose mais de 70 artigos científicos publicados em revistas brasileiras e estrangeiras. Durante um período de pós-doutorado na Universidad de Sevilla, na Espanha, Christofoletti escreveu o livro que acaba de lançar: A crise do jornalismo tem solução? (104 páginas, ed. Estação das Letras e Cores).
A obra é o terceiro volume da coleção Interrogações, dirigida pela professora e pesquisadora Lucia Santaella. Por email, Rogério concedeu uma entrevista ao jornalista Pedro Varoni, publicada abaixo. O pesquisador procura pensar a crise do jornalismo num contexto global como multidimensional, dinâmica e complexa, mas com particularidades no caso brasileiro.
Rogério também falou da importância do jornalismo local para as democracias. Como todo processo disruptivo, há também novidades no cenário, com iniciativas que apontam para novas formas de fazer jornalismo.
: Começamos pela pergunta-título de seu novo livro: a crise do jornalismo tem solução?
É claro que um título como este gera uma expectativa tremenda sobre o que o leitor vai encontrar nas próximas páginas. Estamos diante de uma realidade: o jornalismo já não é mais o que era antigamente e as pessoas e as sociedades se relacionam de forma distinta hoje, muitas vezes abrindo mão do jornalismo para isso. O que fazer? Como lidar com essas novas bases de mediação social? Como manter os provedores de informação jornalística quando muitas pessoas se acostumaram a consumir bens simbólicos aparentemente de graça? Como manter o jornalismo num tempo em que outros canais oferecem informações que aparentemente podem substituir o noticiário convencional?
As perguntas são muitas, e consequência direta da gravidade da situação. O jornalismo está em uma crise diferente de todas as que já teve. Não é só financeira, mas política, ética, de credibilidade, de governança. É uma crise multidimensional e eu trato dela desta forma no livro. Mas é importante ter em mente que não se pode resolver um problema tão complexo assim com uma bala de prata, com uma tacada perfeita. A crise afeta profissionais, públicos e organizações de forma distinta, inclusive porque tem escalas distintas. Um pequeno jornal do interior é afetado pela crise de um modo e não pode responder a ela como um New York Times. A crise é frenética, dinâmica e complexa. Enfrentá-la é urgente. Estamos não só falando de uma indústria de bilhões, mas também de um mercado de trabalho de milhões de pessoas, de uma atividade social que cumpria uma função única e de um importante escudo da democracia, da cidadania e da civilização.
O título do livro gera uma expectativa enorme e sei que um volume de cento e poucas páginas não soluciona a crise. Aliás, o livro nem se propõe a isso, afinal o título não é “Qual é a solução para a crise do jornalismo?”. Eu arrisco algumas saídas, claro, e discuto-as dentro dos contextos em que elas se apresentam. Mas meu livro é, acima de tudo, um convite para discutirmos a crise do jornalismo. Não apenas para jornalistas, mas todas as pessoas, pois este é um assunto que deve preocupar a todo o mundo, já que somos todos afetados pelas notícias.
P; Seu livro é resultado de uma pesquisa de pós-doutorado na Universidad de Sevilla, na Espanha. Qual era a proposta da pesquisa e como você avalia seus resultados?
Na verdade, o livro não é resultado do pós-doutorado, mas foi mais uma tarefa que cumpri durante minha estada em Sevilha. Foi um convite da professora Lucia Santaella, da PUC-SP, que coordena a coleção Interrogações, da Editora Estação das Letras e Cores. A Lucia me chamou porque havia lido alguns textos meus sobre o tema. A crise do jornalismo é um assunto que me interessa há algum tempo e tenho discutido isso dentro do projeto GPSJor, que investiga bases para a implantação de um jornalismo de novo tipo na cidade de Joinville (SC).
Desde 2016, estamos trabalhando nisso e, para propor novos caminhos para o jornalismo, não poderíamos deixar de discutir a crise do setor.
O livro que está sendo lançado agora não é resultado do GPSJor. É uma visão mais pessoal da crise, mas claro que estou influenciado com o que discutimos lá e no Observatório da Ética Jornalística (objETHOS), que ajudo a coordenar na UFSC.
O desafio que Lucia Santaella me propôs foi escrever um livro curto, dirigido ao grande público, que tratasse da crise do jornalismo com um tom questionador. Eu me guiei por isso e aproveitei para fazer uma síntese das informações que vinha reunindo nos últimos anos, com uma preocupação especial pela crise no mercado e na indústria brasileiros. O livro é, então, uma jornada que discute a crise do jornalismo e arrisca algumas saídas. Quanto aos resultados a que cheguei, julgar o próprio trabalho é sempre muito delicado, mas acredito que o livro oferece alguma contribuição para discutirmos o tema em nosso país e neste momento da crise.
P: No caso do Brasil, quais seriam as particularidades da crise do jornalismo?
A indústria brasileira tem particularidades, sim, e a estrutura de oligopólios no setor, um comportamento temerário do empresariado em inovar e a falta de unidade dos profissionais contribuem para uma configuração distinta. Mas é preciso ver o Brasil como o continente plural que é. Temos um jornalismo maior que muitos países europeus, um mercado consumidor de notícias invejável e capacidades técnicas e profissionais incríveis. Ao mesmo tempo, nosso jornalismo não é influente como o europeu, há imensos desertos de notícia – e o Observatório da Imprensa vem mostrando isso no Atlas da Notícia! -, e muitas vezes, nosso jornalismo é provinciano, servil aos interesses comerciais mais imediatos, descompromissado com um projeto de país e extremamente paroquial.
Enfrentar a crise do jornalismo no Brasil não é apenas inventar formas de sustentá-lo economicamente. É também enfrentar esses contradições internas, é também refazer pactos com os públicos e assumir uma função de mediação social e de defesa de valores humanos, muitas vezes ignorados. Precisamos ao mesmo tempo refazer pactos com a audiência – atendendo suas expectativas informativas e oferecendo condições para uma melhor compreensão do nosso tempo -, mas também precisamos ser criativos para atrair recursos que financiem as nossas práticas. Isto é, o jornalismo precisa mostrar à sociedade que ainda é muito útil e imprescindível, e que ninguém faz o que ele costuma fazer. As redes sociais não informam as pessoas. Os grupos de WhatsApp aprofundam a desinformação. O jornalismo precisa voltar a perseguir suas vocações e demarcar claramente o que pode oferecer aos cidadãos, às sociedades.
P: Como em todo processo disruptivo, há um jornalismo que morre e outro potencial que nasce. É possível descrever, de forma breve, esse contexto?
Eu penso que esses ciclos não são perfeitos e bem definidos. Quer dizer, tem vida e morte a todo o momento. Os números têm mostrado quedas sucessivas de assinantes de TV a cabo e isso afeta os canais de notícia 24 horas, por exemplo, mas também os de jornalismo esportivo. Ao mesmo tempo, vemos o surgimento forte de produtos jornalísticos criativos, distintos e desafiadores. O Meio, por exemplo, é um produto que é uma newsletter diária. Não é um site ou portal, é uma carta de notícias que nos chega a cada manhã. O Nexo aposta no jornalismo de contexto e tenta nos explicar o cotidiano com menos pressa e mais alargamento de perspectiva. Aos fatos e Lupa se encarregam de fazer checagem de dados. The InterceptPública e A Ponteoferecem grandes reportagens, aprofundamento, crítica e monitoramento de quadrantes da sociedade civil. Isso sem contar as dezenas de iniciativas locais de meios que tentam se consolidar pelo Brasil afora. Ao mesmo tempo, temos meios de comunicação tradicional ressuscitando as newsletters e apostando em podcasts, por exemplo.
O YouTube, que poderia ser uma evolução da TV, ainda é um mistério para os jornalistas, mas há casos de figurões que apostam nessa vitrine, como é o caso do William Waack, do Fernando Morais e do Bob Fernandes, para ficar em poucos exemplos. O YouTube ainda é um terreno altamente dominado por criadores de conteúdo de entretenimento no Brasil, e nenhum jornalista nacional se aproxima do rebanho que tem um Whindersson Nunes, que não oferece notícias mas tem mais de 35 milhões de telespectadores. Não imagino que algum jornalista se aproxime desse alcance, mas observar as potencialidades desse canal para chegar ao público é importante. Bem como é vital rediscutirmos o papel que têm as redes sociais e as grandes plataformas que estão drenando não só recursos de publicidade do jornalismo, mas pior: estão devorando a atenção das pessoas, que passam mais tempo vendo banalidades do que se informando para tomar suas pequenas e grandes decisões diárias…
P: Uma das discussões que emergem com a crise do jornalismo é a importância da imprensa local como agente de cidadania. O que fazer para termos uma imprensa local mais forte no Brasil?
Eu me preocupo muito com o jornalismo local por uma razão muito simples: a crise do jornalismo acontece em meio a uma crise de confiança nas instituições. Isto é, a democracia está sendo questionada, o sistema de representação política está sendo questionado, a escola e a ciência estão sendo colocados contra a parede. É uma época muitíssimo complicada porque nossos sistemas de crenças parecem estar se dissolvendo diante de nossos olhos. Isso acontece no nível macro e no micro.
O jornalismo local tem uma grande importância no enfrentamento dessas crises porque ele nos permite criar contextos de diálogo e ação. Como a escala é menor, as medidas a tomar podem ter impactos mais concretos e visíveis. Imagine uma cidade de 20 mil habitantes que tem um jornal impresso diário, duas emissoras de rádio e um site local de informação. Ora, com uma configuração dessas, com profissionais cobrindo os problemas da cidade, acompanhando a rotina da prefeitura e do comércio local, e monitorando a Câmara de Vereadores e a segurança pública, teremos uma sociedade com mais potencial de enfrentar seus problemas próximos. Note que eu propus um cenário com muito pouca competição interna nos segmentos, mas que não é um monopólio. Um único jornal impresso e um único site. Duas pequenas emissoras de rádio. Mas cada um deles fazendo bem o seu trabalho, disputando atenção e anúncios, ou formas de financiamento do negócio. Isto é, meu exemplo se vale de um cenário de não-monopólio.
Se tivermos uma paisagem mais concentrada, corremos outros riscos, como a padronização da informação, a fabricação de consensos, o domínio hegemônico de um discurso e possíveis  alinhamentos políticos que podem comprometer a emancipação do público. De qualquer forma, penso que parte das soluções para a crise do jornalismo passa pelo fortalecimento dos meios locais. E não basta que a gente apenas “curta” ou “compartilhe” o conteúdo desses meios. Precisamos assiná-los, fazer parte deles, ajudá-los a pagar suas contas. Se a pessoa gasta 30 reais com a Netflix, por que não pode ajudar a manter dois ou três meios locais que pedem 10 reais mensais?? Precisamos pensar sobre isso.
P: Qual a orientação que você daria para uma pessoa que pensa em abrir um jornal local hoje no Brasil?
Não tenho fórmula mágica, mas o que venho percebendo após anos de estudo, de pesquisa e de conversa com gente do ramo, da academia e do público, é que um meio local precisa ter no seu horizonte um conjunto de características que vai além da qualidade técnica. Oferecer produtos e serviços bons é um ponto de partida inegociável e, por isso, um meio local deve ser feito por profissionais capacitados. Jornalismo profissional tem a ver também com princípios editoriais claros e bem definidos, alinhados com compromissos comunitários. Quer dizer, um meio local precisa ser transparente com seu público e dizer que tipo de jornalismo quer fazer e faz. E esse jornalismo precisa contribuir para que aquela comunidade se desenvolva.
Isso tem a ver com fazer pactos com a audiência e os demais grupos de interesse, tem a ver com defender causas locais, com uma governança aberta e participativa, e com transparência. A meu ver, um meio local de informação não deve se preocupar em explorar comercialmente aquele território, mas trabalhar para que aquela comunidade evolua e se desenvolva de forma a permitir que aquele jornalismo subsista. Diálogo, senso de comunidade, bom humor e empatia também podem ser úteis. Acredito que possamos criar e manter meios de comunicação assim em diversas paisagens. Afinal, estamos dispostos a abrir mão do que o jornalismo nos proporciona? Eu penso que ainda não.

sábado, 28 de abril de 2018

Abraço Maranhão realiza oficina de radiojornalismo em Santo Amaro


A Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço) no Maranhão realiza oficina de radiojornalismo nos dias 27, 28 e 29 de abril, na cidade de Santo Amaro, no Centro de Artesanato. O evento é destinado aos comunicadores dos municípios da região dos Lençóis Maranhenses e vale do Munim.

As atividades começaramm dia 27 (sexta-feira), às 19 horas, seguem dia 28 (sábado) das 8h às 19h, encerrando domingo ao meio dia, com a entrega de certificados aos participantes. Durante a oficina serão ministrados conteúdos teóricos e práticos sobre redação da notícia, reportagem e atividade prática com a produção de um radiojornal.

Na abertura do curso houve palestras sobre aspectos técnicos e jurídicos que envolvem as rádios comunitárias, ministradas respectivamente pelo engenheiro Fernando Cesar Moraes e pelo advogado Fernando Augusto Câmara Moraes.

Sábado (28) pela manhã o tema principal foi a atuação da Coordenação de Gênero e do Coletivo de Mulheres, duas instâncias da Abraço Maranhão que atuam na valorização e garantia dos direitos das mulheres, especialmente sobre a organização das comunicadoras nas rádios comunitárias e acerca dos conteúdos voltados para a questão de gênero.

A oficina de radiojornalismo em Santo Amaro é organizada com apoio da rádio Lençóis FM, sob a coordenação de Alione Pinheiro, diretora de Gênero e Etnia da Abraço Maranhão.

“O objetivo da oficina é estimular nos comunicadores e comunicadoras o interesse pelo jornalismo nas emissoras comunitárias e fomentar a criação de uma rede de radialistas que possam produzir conteúdo educativo-cultural”, explica o professor do curso de Rádio e TV da UFMA e presidente da Abraço Maranhão, Ed Wilson Araújo.

Os participantes da oficina terão direito a certificado expedido pela Abraço Maranhão.

FONTE: Agencia Tambor

sexta-feira, 27 de abril de 2018

A comunicação dos ricos e os escândalos no Maranhão



Editorial - Jornal Vias de Fato

A partir de abril de 2018, o Sistema Mirante de Comunicação, afiliado da Rede Globo no Maranhão, fez denúncias pesadas contra o governo de Flávio Dino, envolvendo as áreas da Saúde e Segurança. As denúncias têm tido grande repercussão, falando de “corrupção” e “abuso de poder”, atacando diretamente os secretários de Estado Carlos Lula (Saúde) e Jefferson Portela (Segurança). No pacote, até uma intervenção federal está sendo pedida...

Nacionalmente, os principais instrumentos de comunicação da Globo, incluindo o Fantástico, Jornal Nacional, Bom dia Brasil e Jornal Hoje têm repercutido bastante algumas dessas denúncias vindas do Maranhão.

Vamos, então, para alguns questionamentos:

O que está sendo dito é verdade? Existe corrupção na saúde pública maranhense? Houve abuso de poder político, via o aparato de segurança pública? Quais as motivações das denúncias? O Sistema Mirante está preocupado em combater a corrupção? Quer acabar com o abuso de poder? Tudo que está sendo dito é mentira? A intervenção é desejável? E a Globo? Qual o interesse dela nessas denúncias que vem do Maranhão? Por que essa mesma Globo repetiu o assunto tantas vezes? E onde entra o interesse público nessa história toda? O interesse do dito “cidadão comum”? O seu interesse, cara leitora ou leitor.

O Jornal Vias de Fato não tem como afirmar se o que está sendo dito é verdade ou mentira. Nesse episódio, não temos informações suficientes que nos permitam acusar ou defender Flávio Dino, seu governo ou seus auxiliares. Também não vamos, nesse momento, assinar em baixo do que está sendo dito pela Polícia Federal ou pelo Ministério Público. Nesses episódios, observamos figuras dessas instituições que tem se comportado como se fossem advogados de acusação ou de defesa. E isso não é bom para instituições que devem se debruçar sobre fiscalização e/ou investigação.

Então, o que podemos afirmar sobre esses recentes e barulhentos episódios?

Sendo verdade ou mentira, o que está sendo escandalizado tem exclusiva motivação política e eleitoral. Esta é uma evidência.

É muito claro para nós que o Sistema Mirante (de propriedade da família do ex-senador José Sarney) não está preocupado em combater corrupção, muito menos abuso de poder. O que está em jogo; a verdadeira razão das denúncias e principalmente sua repercussão; é a eleição deste ano. A questão é a sucessão do governo do Maranhão, onde Flávio Dino (PC do 😎 é candidato à reeleição e Roseana Sarney (“MDB”) também ensaia candidatura ao mesmo cargo.

Com a mais absoluta certeza, o que podemos afirmar é que o interesse público não move o Sistema Mirante. E todos nós sabemos que José Sarney e o seu império midiático não têm autoridade moral para falar de corrupção e de abuso de poder. Muito menos tem interesse de combater esse tipo de prática. Quanto a Globo, ela segue fazendo o jogo de seus antigos aliados. O jogo das oligarquias do Brasil, as mesmas que se estabeleceram ou se reorganizaram a partir do golpe militar de 1964, o mesmo golpe que viabilizou o surgimento da Rede Globo. É o mesmo pessoal que bancou a chegada de Michel Temer a Presidência da República e agora vai dando mais uma mãozinha pro coronel José Sarney.

Dito isso, queremos deixar bem claro que não estamos aqui inocentando ou defendendo Flávio Dino, seu governo e qualquer um de seus auxiliares. Como já foi dito nesse texto, não temos nesses casos informações que nos permitam acusá-los ou defendê-los. Neste editorial, como já sugere seu título; estamos tratando, informando e interpretando questões relativas à comunicação e a política, falando de uma mídia atrelada a interesses oligárquicos, a partir do recente bombardeio oriundo do Sistema Mirante/Sarney/Globo.

E aqui é fundamental ressaltar e registrar que se trata da mesma Mirante/Sarney/Globo que, ao longo dos últimos três anos, recebeu dinheiro público do governo Flavio Dino, com o qual mantém relações institucionais. E recebeu muito dinheiro, principalmente para um estado de povo pobre, como é o caso do Maranhão. Basta dizer que um minuto de propaganda na afiliada maranhense da Globo pode chegar a 18 mil reais. Isso é só um minutinho.

Todo esse episódio tem relação direta com o “I Seminário Comunicação e Poder no Maranhão”, que o Jornal Vias de Fato, ao lado de várias outras organizações sociais, promoveu em outubro do ano passado. Ao final daquele evento, foi divulgada uma carta aberta que tratou, entre outras coisas, de uma política pública de comunicação no Maranhão que tem sido conservadora, “financiando ricos e silenciando pobres”.

E quando se fala em “financiar ricos”, estamos falando exatamente de veículos como Mirante (Globo) que defende interesses privados e oligárquicos. De impérios midiáticos que foram de modo espúrio montados com dinheiro público e que seguem, até hoje, sendo sustentados com recursos do contribuinte. E quando se fala em “silenciar os pobres” é a ausência absoluta de uma política pública que busque descentralizar o poder e ampliar a voz e a autonomia das organizações populares.

A comunicação no Maranhão, nós temos certeza, é um escândalo! Desse, nós temos certeza! E trata-se de um escândalo que precisa ser combatido e denunciado, independente de eleições ou do governo do momento. Não podemos achar natural que o dinheiro público do empobrecido cidadão maranhense sirva eternamente aos interesses de Fernando Sarney, Roseana Murad, Sarney Filho e seus sócios locais e nacionais (a Globo). A audiência não justifica essa rotineira inversão de prioridade.

O oposto desse escândalo é a comunicação popular, a democratização da mídia, a liberdade de expressão em favor dos pobres, oprimidos, explorados, tão comuns no Maranhão.

O oposto é o estímulo a participação social, a democratização do orçamento estatal, passando a ser destinado para combater verdadeiramente a concentração de poder.

O oposto é o dinheiro público contribuir para o fortalecimento de espaços onde a opinião pública circule sem a interferência do poder econômico ou de governos. Espaços que não atendam aos interesses de oligarquias ou máfias; com seus escândalos de ocasião e sob evidente encomenda.

26/04/2018

Fonte: Jornal Vias de Fato – http://www.agenciatambor.net.br/

1º de maio – Dia de reflexão e de luta



A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e seus sindicatos filiados, entidades comprometidas com as liberdades de expressão e de imprensa e com a democracia, reafirmam o Dia Internacional do Trabalhador, celebrado em 1º de maio, como um dia de reflexão e de luta.

Neste 2018, o Brasil celebra os 75 anos da CLT e 30 anos da Constituição Federal de 1988, conquistas da classe trabalhadora que vêm sendo constantemente atacadas desde o golpe de 2016. Em vez de comemorar, a classe trabalhadora resiste e reage à retirada de direitos, à quebra da institucionalidade democrática e ao avanço do Estado de Exceção, que se expressa simbólica e materialmente na condenação sem provas do ex-presidente Lula e na sua prisão em condições excepcionais. Esse Estado de Exceção aprofundou a crise política e ameaça, inclusive, a realização das eleições gerais de outubro.

A classe trabalhadora, além de lutar por seus direitos trabalhistas e pela retomada da democracia no Brasil, está comprometida com seu país e não aceita o desmonte dos programas sociais de transferência de renda, a entrega do patrimônio nacional aos interesses privados estrangeiros, a censura às artes, o ataque à liberdade de ensino e às universidades, a perseguição a líderes dos movimentos sociais e a violência.

Os jornalistas brasileiros enfrentam o fechamento de postos de trabalho, demissões, precarização das relações de trabalho, jornadas excessivas, baixos salários, assédio moral, censura e agressões. A consequência deste estado de coisas é a queda na qualidade da cobertura jornalística e o controle da informação por parte dos grupos hegemônicos da mídia.

O dever de bem informar o cidadão só pode ser efetivamente executado quando o jornalista se identifica como trabalhador e luta por seus direitos. Por isso, neste 1º de maio, a FENAJ e os Sindicatos de Jornalistas estarão em todo o país ao lado da CUT e demais centrais sindicais, dos setores democráticos e das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, lutando contra o fascismo e clamando por democracia, pelos direitos trabalhistas (com a revogação da reforma executada pelos golpistas), pela geração de empregos, por melhores salários, em defesa da previdência pública, pela distribuição de renda e por justiça social.

Força à classe trabalhadora!

Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ.

quinta-feira, 26 de abril de 2018

De forma ilegal, Governo e Direção da EBC querem tornar Agência Brasil e TV Brasil órgãos governamentais e liquidar de vez a comunicação pública


Em mais um ataque à comunicação pública, a direção da Empresa Brasil de Comunicação e representantes do Governo Federal tentam liquidar, de forma ilegal, a possibilidade da empresa pública fazer jornalismo, mudando a finalidade da Agência Brasil e a TV Brasil.

Na reunião do Conselho de Administração nesta segunda (23), Larte Rimoli, presidente da EBC, e Márcio Freitas, Secretário de Comunicação de Temer, apresentaram um novo “realinhamento da estratégia da EBC”, um documento que orienta as atividades da empresa pública, com voto contrário do representante dos empregados no Conselho de Administração.

*O governo definiu que uma das estratégias da EBC será o de “fortalecer a comunicação de Estado”. O documento ataca diretamente o jornalismo público da emissora, impondo uma “adaptação da Agência Brasil para a comunicação de Estado”, passando a “comunicar APENAS notícias de Estado”. *

O governo afirma ainda que a “TV Brasil não dispenderá esforços na captação e produção de conteúdos do Estado”. Assim liquidar o papel público da emissora, colocando-a refém dos interesses do governo federal, voltando sua programação para o governo, função exclusiva da TV NBR.

A proposta da diretoria da EBC ainda prevê ampliação da terceirização na empresa e o acúmulo de funções pelos empregados.

As mudanças são ilegais já que contrariam a Lei que criou a EBC. A legislação, mesmo que modificada por Temer em 2016, manteve alguns dos dispositivos que garantiam a autonomia da empresa pública. Em seu artigo 2º parágrafo 8º, a Lei da EBC afirma que a empresa deve ter “autonomia em relação ao Governo Federal para definir produção, programação e distribuição de conteúdo no sistema público de radiodifusão”.

O Sistema Público de Comunicação é previsto na Constituição Federal, como complementar ao sistema ESTATAL e privado. A comunicação dos poderes de Estado, ou o sistema Estatal, já é realizada pelas emissoras próprias do Legislativo, do Judiciário e do Executivo, que no caso desse último, é operado pela EBC como prestação de serviços, através da NBR e da Voz do Brasil.

Essa possibilidade de prestação de serviços de radiodifusão para o Governo Federal pela EBC, mesmo que previsto em Lei, tem dentro da própria empresa sua distinção dos veículos públicos. Existe um setor específico para isso, a EBC Serviços, que mantém, desde a criação da EBC em 2008, contratos de prestação de serviço com a Secom/PR para a manutenção da TV NBR – Canal do Governo Federal e a programação do executivo na Voz do Brasil, além do serviço de publicidade legal.

Essa prestação de serviços já gerou e gera inúmeros problemas na autonomia da empresa, que tem parte dos seus recursos vinculados à Secretaria de Comunicação do Governo Federal. Mas modificar o papel dos veículos públicos que deveriam levar conhecimento crítico ao cidadão passando a apenas “comunicar atos do Estado” é mais um ataque ao direito à informação da sociedade brasileira.

No final de 2017, a direção da empresa já havia modificado a “visão” institucional da EBC, retirando a referência à “comunicação pública” do objetivo futuro da empresa. Em 2016, a empresa pública já sofria com a interferência do Governo Temer, que destituiu o ex-presidente da EBC que detinha um mandato de 4 anos e a cassou todo o Conselho Curador, através de uma Medida Provisória, atentando contra a autonomia da comunicação pública. Desde então, a EBC sofre com fortes cortes orçamentários, denúncias de censura na redação dos veículos públicos e perseguições a jornalistas e radialistas.

A experiência de comunicação pública brasileira que completou 10 anos neste ano está sendo alvejada e cabe aos trabalhadores e trabalhadoras junto com a sociedade brasileira defendê-la. Não calarão a nossa voz, vamos resistir com a nossa missão de ter mais pluralidade e diversidade de informação e opinião, principalmente agora no momento que o Brasil mais precisa.

Brasília, 25 de abril de 2018.

Sindicato dos Jornalistas de SP, RJ e DF

Sindicato dos Radialistas de SP, RJ e DF

Federação Nacional dos Jornalistas

Comissão de Empregados da EBC

terça-feira, 24 de abril de 2018

MORRE O RADIALISTA FRANCISCO COUTINHO,SINDICATO DE IMPERATRIZ EMITE NOTA DE PESAR


Faleceu na manhã desta segunda-feira(23), o radialista, Francisco Ferreira Coutinho, o fato aconteceu por volta das 11h00 da manhã, na UPA da Nova Imperatriz. A causa segundo as informações teria sido embolia pulmonar. Coutinho militante antigo da comunicaçã maranhense, é considerado da velha guarda da imprensa imperatrizense, tendo trabalhado em emissoras de TV e produzido campanhas eleitorais. Atualmente dirigia a produtora da família.
Sindicato dos Jornalistas e Radialistas de Imperatriz e Região emite nota de pesar:
Jornalistas , radialistas e blogueiros da região do Mearim, mesmo sem uma organização que os representem,  veem através do Blog Mídias Convergentes expressar os sentimentos aos amigos e familiares do radialsita Francisco Coutinho.

sábado, 21 de abril de 2018

O acirramento social na cobertura jornalística em São Bernardo do Campo

O rechaço aos veículos jornalísticos tradicionais, que compõem a chamada “grande mídia”, vem se intensificando em medida do recrudescimento político, característico do momento em que vivemos. Desde as jornadas de junho de 2013, que moveram milhões de brasileiros às ruas, a crítica sobre a concentração comunicacional no Brasil tomou novo fôlego. Ela promoveu a discussão sobre os prejuízos de poucas vozes dominarem o espaço de distribuição de ideias e ampliou o mapa do jornalismo alternativo e independente no país.

Em medida que o clima acirra, com o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aumentam também as tensões entre os campos que confrontam narrativas sobre a conjuntura. Peças de um jogo complexo, a apresentação e interpretação do acontecimento passa pelas disputas de sentido que, tanto o jornalismo tradicional quanto o alternativo, buscam travar.

A vigília em torno do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, no dia que precedeu a prisão de Lula, foi transmitida em tempo real pelas TVs e por veículos na internet. Da GloboNews à TVT, quem observou as transmissões pôde notar o distanciamento dos veículos tradicionais do calor dos fatos. Enquanto a GloboNews mantinha-se no ar com imagens aéreas do Sindicato dos Metalúrgicos para cobrir as repetidas interpretações de sua equipe de jornalismo, era possível assistir pela TVT no Youtube ou pela página da Revista Fórum no Facebook, para citar alguns dos veículos presentes em São Bernardo do Campo, segundo a segundo, o que acontecia ao longo da tarde de sábado, 7 de abril.

A priori, parece que as escolhas no modelo de cobertura se trataram de opções relativas ao caráter editorial dos veículos e aos posicionamentos adotados por eles ao longo da campanha que culminou com a prisão de Lula. Mas, outra mirada pode gerar mais considerações a respeito. A primeira é relativa ao rechaço a jornalistas de veículos tradicionais na cobertura da vigília em São Bernardo. Por que os movimentos sociais não toleraram a presença desses jornalistas? O que estava inscrito na ação de hostilizá-los? Um segundo ponto é o acirramento entre narrativas jornalísticas como reflexo do sistema midiático e da concentração comunicacional que ele deriva.

O jornalismo, entendido tanto como prática profissional quanto forma de construção de conhecimento, não está descolado de um contexto, não começa nem encerra em si mesmo. Pesa sobre ele o caráter do sistema midiático que, por sua vez, está condicionado a fatores estruturantes, como o sistema político e seus entrelaçamentos; os interesses econômicos das empresas do setor de comunicação; as leis que regulam os meios de comunicação; as condições sociais e culturais de determinados grupos e ambientes.

O sistema midiático nacional, ainda que periférico, não está isolado da lógica globalizada de mercado. Os grupos de mídia brasileiros também estão inseridos na dinâmica transnacional da mídia. Embora o país seja importante consumidor de conteúdos e formatos estrangeiros, a Rede Globo é a principal representante brasileira no fluxo internacional de bens-midiáticos. No âmbito da cobertura jornalística, tanto a TV Globo Internacional quanto a Record Internacional estão presentes no exterior. As duas emissoras, de fato, compõem o pequeno círculo de empresas/famílias que concentram a comunicação no Brasil, seja do ponto de vista da audiência, da propriedade cruzada ou da influência de grupos políticos.


É o que levanta a pesquisa MOM/Brasil (2017), realizada pelo Repórteres sem Fronteiras em parceria com o Intervozes. O estudo revela que “a concentração de audiência no Brasil é gravíssima, sobretudo no tipo de mídia mais consumido no país: a televisão. Nesse caso, ultrapassa 70% da audiência nacional concentrada nos 4 maiores veículos”, o que se amplia se considerarmos que o país tem dimensão continental. Sobre propriedade cruzada, a pesquisa mostra que os quatro principais grupos guardam “participação de mercado superior a 70% nos diferentes setores de mídia”. No que diz respeito à influência política, o estudo pontua que analisou 50 veículos pertencentes a 26 grupos ou empresas de comunicação; que 16 deles teriam outros negócios também no setor e que “além disso, 21 dos grupos ou seus acionistas possuem atividades em outros setores econômicos, como educação, financeiro, imobiliário, agropecuário, energia, transportes, infraestrutura e saúde. Há ainda proprietários que são políticos ou lideranças religiosas”.

Partindo da premissa de que a pluralidade de grupos que atuam no setor de comunicação não garante somente liberdade econômica, mas permite a distribuição de uma variedade de pontos de vista, equilibrando nosso contato com diversas visões da realidade, se pode sustentar que a concentração midiática, portanto, a falta de um ambiente democrático para a produção e interpretação dos fatos, é um dos fatores que impulsiona o acirramento social. Com o poder dos conglomerados de mídia incidindo sobre a produção e distribuição da narrativa do que acontece, o nó entre movimentos sociais e imprensa tende a ser cada vez mais apertado, promovendo respostas como o rechaço aos jornalistas de grandes veículos, conforme ocorreu na cobertura em São Bernardo do Campo.

A nota do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo traz uma posição equilibrada sobre a situação, mas colabora com a ideia de que se trata também do reflexo da postura editorial dos grande meios corporativos de jornalismo que dominam as condições de produção e distribuição do conteúdo jornalístico no país.

Embora na condição de trabalhadores, os jornalistas desses veículos representam as narrativas promovidas pelos locais em que trabalham. Corroboram para esse entendimento a participação do profissional na apuração, na checagem e na reconstrução dos fatos. Ainda que, como todo operário, os jornalistas também estejam submetidos às condições impostas pelas empresas, pelas rotinas laborais e pela precarização do trabalho, há um consentimento que promove as coberturas estereotipadas sobre movimentos sociais e versões simplistas sobre fatos complexos, que envolvem inúmeras posições e afetam variados públicos. Em um cenário conflituoso, de pressão social, a falta de equilíbrio na produção jornalística gera uma visão distorcida da realidade e uma resposta social condizente com o clima atual.

Por outro lado, é essa mesma concentração um dos fatores que promove a constituição de uma rede de veículos alternativos aos veículos tradicionais de comunicação ou independentes de grandes grupos econômicos. Eles se empenham na construção de narrativas que relevem o discurso de outros atores sociais que também se manifestam sobre os acontecimentos da atualidade. Diante da incapacidade dos principais veículos de cobrirem in loco a vigília pró-Lula e das suas escolhas diante da pauta, das fontes e de posicionamentos, os veículos independentes permitiram uma possibilidade de entendimento da realidade alheia ao “mais do mesmo”, ainda que com capacidade técnica reduzida.

Na percepção de que a pluralidade de ideias é essencial para a democracia, superar a concentração midiática é uma pauta consonante à resistência democrática que o período parece exigir. Ouvir mais vozes amplia nossa visão da realidade e pode ajudar o Brasil na construção de um caminho mais igualitário.


Clarissa Peixoto é mestranda no POSJOR e pesquisadora do objETHOS

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Referência:

INTERVOZES; REPÓRTERES SEM FRONTEIRAS. Media Ownership Monitor – MOM/BRASIL. 2017. Disponível em https://brazil.mom-rsf.org/br/ Acesso em 15. abr. 2018.

TV de sindicato ameaça processar Globo e Band por 'sequestro' de imagens de Lula



Emissora mantida pelos sindicatos dos metalúrgicos do ABC e dos bancários de São Paulo, a nanica TVT está em pé de guerra com as poderosas Globo e Band. Acusa as duas redes abertas e seus canais de notícias de "sequestro" de sinal durante atos pró-Luiz Inácio Lula da Silva nos dias 6 e 7, horas antes de o ex-presidente se entregar à Polícia Federal.

A TVT já notificou as duas empresas de comunicação sobre o uso sem autorização de imagens. Seus advogados esperam agora uma retratação. Caso o pedido de desculpas não venha, o passo seguinte poderá ser uma ação judicial.

Abertamente defensora de Lula, a TVT foi a única emissora que captou e transmitiu ao vivo imagens de ato realizado em local aberto, próximo ao sindicato dos metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Temendo ser hostilizada por partidários do líder petista, a Globo só cobriu o acontecimento por meio de helicóptero.

A emissora, no entanto, usou pelo menos seis segundos de imagens do ato no SP1, seu telejornal das 12h, no dia 7. Nelas, Lula aparece ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff, em plano fechado, em um ângulo impossível de se captar por helicóptero.

As imagens foram feitas no solo pela TVT, e a Globo usou um truque de edição que as recortou e eliminou o logotipo e a legenda da TV sindical. Não pediu autorização nem deu crédito.

O Jornal da Band e Jornal das Dez (GloboNews) se utilizaram do mesmo expediente. Em todos os casos, não houve nenhum crédito à dona das imagens.

Bandnews e GloboNews também reproduziram o sinal da TVT ao vivo. Esconderam legendas e logotipo da emissora lulista com seu material gráfico, mas deram crédito na maior parte do tempo.

FONTE:Daniel Castro

sexta-feira, 20 de abril de 2018

SIP: Imprensa em risco na América Latina



A Sociedade Interamericana de Imprensa registrou a morte, no exercício da profissão, do radialista Jefferson Pureza Lopes, da rádio Beira Rio em Goiás e Ueliton Bayer Brizon, em Rondônia. Segundo a SIP, aumentaram também os casos de repressões, ameaças e agressões físicas. A Sociedade Interamericana de Imprensa alerta ainda que os donos de jornais e de outros meios de comunicação também são vítimas de intimidações e acusações.
Jornalista Ueliton Bayer Brizon, proprietário do site Jornal de Rondônia, e o radialista Jefferson Pureza da “A Voz do Povo”.

Na lista dos jornalistas mortos no exercício da profissão estão: os dois brasileiros, os três equatorianos, quatro mexicanos, dois gualtematecos, um em Honduras assim como em El Sal Salvador e na Colômbia.